Hello guys! No post de hoje, vamos mergulhar em um dos casos mais intrigantes e inexplicáveis da década de 90: o misterioso fenômeno das bolhas de Oakville. Imagine acordar em uma manhã comum e descobrir que do céu não caiu chuva, mas sim uma substância gelatinosa, transparente e pegajosa — e que, em seguida, metade da cidade ficou doente. Parece roteiro de série sobrenatural, mas aconteceu de verdade, em uma cidadezinha pacata do estado de Washington, nos Estados Unidos. Prepare-se para conhecer os detalhes deste evento que até hoje deixa cientistas, moradores e curiosos sem respostas definitivas.
Onde Tudo Começou: Oakville, Washington
Localizada no coração do condado de Grays Harbor, no estado de Washington, Oakville é daquelas cidades que parecem ter parado no tempo. Com pouco mais de 600 habitantes, a cidade sobrevive com base em uma economia predominantemente agrícola e florestal. Famílias vivem ali há gerações, muitos se conhecem pelo nome, e o som dos tratores ao longe é tão comum quanto o canto dos pássaros pela manhã. É o tipo de lugar onde ninguém tranca a porta de casa e o maior acontecimento da semana costuma ser o jogo do time do colégio.
Na primeira semana de agosto de 1994, tudo parecia absolutamente normal. O verão estava no auge, os campos estavam verdes, e o céu, apesar de nublado em alguns dias, não dava nenhum sinal de que algo fora do comum estava prestes a acontecer. Na noite do dia 6 para o dia 7 de agosto, a previsão do tempo indicava chuva fraca — o que, naquela região, não é surpresa para ninguém. Mas quando os moradores acordaram no domingo pela manhã, perceberam que o que caiu do céu não era exatamente água.
Espalhada por toda a cidade havia uma substância curiosa, viscosa, translúcida, com aparência gelatinosa. Cobria tudo: para-brisas de carros, calçadas, varandas, quintais e cercas. Muitos inicialmente pensaram se tratar de uma chuva acompanhada de granizo derretido, ou algum tipo de resíduo atmosférico incomum. Mas ao tocar, perceberam que aquilo não era gelo, nem água, nem lama. Era algo que ninguém ali jamais tinha visto antes. O policial David Lacey, que fazia sua patrulha matinal, foi um dos primeiros a ter contato direto com o material — e logo notou que os limpadores de para-brisa não conseguiam dar conta da substância escorregadia. Teve que encostar o carro e usar luvas para limpar o vidro com as mãos.
Imagem que representa a substância gelatinosa encontrada em Oakville, em 1994.
Fonte: Mysteriesrunsolved.com
Mais ao sul da cidade, a técnica de laboratório Beverly Roberts e sua mãe, Dottie Hearn, também notaram que havia algo de errado. Ao sair de casa, Beverly viu o gramado coberto pela substância gelatinosa e, por instinto, coletou uma pequena amostra. Dottie, por outro lado, não teve tanta cautela: tocou a gosma com as próprias mãos e, poucas horas depois, começou a passar mal. Ficou desorientada, nauseada, fraca. Precisou ser levada ao hospital. Beverly, intrigada, decidiu examinar a substância em um microscópio doméstico — e o que encontrou só aumentaria o mistério.
A primeira reação da cidade foi de confusão. Muitos achavam que se tratava de um incidente isolado — talvez algum avião tenha despejado material em voo por acidente, ou uma usina local tenha liberado algum produto químico. Mas conforme as horas passaram, e mais pessoas começaram a adoecer — entre elas o próprio oficial Lacey —, o sentimento de inquietação deu lugar ao medo. Estava claro que algo anormal havia acontecido em Oakville — algo que nenhuma explicação lógica conseguia resolver.
Recorte do jornal Seattle Post-Intelligencer publicado em 1994.
Fonte: Newspaper.com – The Palm Beach Post – Oakville Blobs
Os Sintomas: Um Surto Misterioso
A manhã do dia 7 de agosto virou um ponto de virada na rotina da cidade. Ao longo do dia, os relatos de mal-estar começaram a se multiplicar. Inicialmente, foram poucos casos isolados — uma pessoa com náusea, outra com tontura — mas rapidamente a situação escalou. Sintomas como fraqueza extrema, dificuldade para respirar, desorientação e até perda temporária da visão começaram a afetar dezenas de moradores.
David Lacey, o policial que teve contato direto com as bolhas ao dirigir, foi um dos primeiros afetados. Em seu depoimento anos depois, contou que sentiu os efeitos algumas horas após o patrulhamento: mal-estar generalizado, febre e uma fadiga que parecia inexplicável. Como agente da lei, tentou manter a calma, mas admitiu que nunca tinha sentido algo parecido. A correlação entre o contato com a substância e os sintomas físicos parecia cada vez mais evidente.
Do outro lado da cidade, Dottie Hearn continuava internada. Sua filha, Beverly Roberts, além de acompanhar o caso pessoalmente, começou a perceber que os sintomas da mãe não eram isolados. Vizinhos, colegas de trabalho e até animais de estimação estavam adoecendo com as mesmas características clínicas. O mais assustador era que muitos dos afetados afirmavam não ter ingerido ou inalado a substância, apenas tocado ou caminhado sobre superfícies onde ela havia caído.
A situação tomou proporções suficientes para preocupar não só os moradores, mas também os profissionais de saúde locais. Os médicos, confusos, tratavam os sintomas como uma gripe violenta ou alguma infecção respiratória aguda, mas nenhum exame confirmava a presença de vírus ou bactérias conhecidos. E o pior: os testes pareciam apontar para algo que não encaixava em nenhum diagnóstico convencional.
O Que a Ciência Descobriu
Diante do caos crescente e da ausência de respostas, Beverly Roberts, já acostumada ao ambiente de laboratório, decidiu agir por conta própria. Recolheu amostras da substância gelatinosa que havia caído em seu quintal e as analisou com um microscópio doméstico. O que viu a deixou em estado de choque: estruturas celulares pareciam se mover na lâmina — algo que, segundo ela, indicava origem biológica.
Imediatamente, amostras foram encaminhadas ao Departamento de Saúde do Estado de Washington, que também ficou intrigado com a composição do material. Mas o caso ganhou novos contornos quando parte da substância foi enviada para a base da Força Aérea de McChord, próxima a Tacoma. Lá, a microbiologista Phyllis Byrd analisou o conteúdo e fez uma descoberta inesperada: as bolhas continham glóbulos brancos humanos, embora sem núcleo visível. Isso por si só já era anormal, já que células humanas não deveriam simplesmente “chover” do céu — e, ainda mais, em uma substância gelatinosa.
Phyllis Byrd chegou a afirmar que o material era “biológico em natureza”, mas não parecia corresponder a nenhum organismo conhecido. Não se tratava de um animal, vegetal ou bactéria — era algo que desafiava classificação. Ainda mais desconcertante foi o fato de que, após essa análise, as amostras desapareceram misteriosamente dos registros. Nenhum relatório oficial foi publicado, e os pedidos de informação feitos pelos moradores foram ignorados.
Esse silêncio só reforçou o sentimento de que havia algo a ser escondido. Para Beverly, a experiência foi frustrante: “Fizemos nossa parte, buscamos ajuda técnica, tivemos contato com cientistas — e tudo sumiu. Como se nunca tivesse acontecido.”
Especulações e Possibilidades
Diante da ausência de explicações oficiais, os moradores começaram a buscar suas próprias respostas. E as teorias da conspiração surgiram com força total. A mais difundida — e, para muitos, a mais plausível — envolvia testes militares secretos. Não era incomum ver aviões sobrevoando Oakville, especialmente em rotas vindas da base de McChord. Vários moradores relataram ter ouvido ou visto jatos não identificados voando em altitudes incomuns nos dias que antecederam e sucederam as chuvas de bolhas.
A repetição do fenômeno cinco vezes em um intervalo de algumas semanas levantou ainda mais suspeitas. Coincidência? Ou parte de um plano de testes atmosféricos com compostos biológicos? Muitos moradores acreditam que Oakville foi usada como um laboratório a céu aberto, sem autorização, sem aviso — e sem qualquer tipo de compensação.
O próprio David Lacey comentou em entrevistas posteriores que “sempre houve algo estranho” na forma como as autoridades responderam. A ausência de retorno, o desaparecimento das amostras e o silêncio institucional deixaram marcas profundas na população. Já Beverly Roberts, mesmo com sua formação científica, não hesita em dizer que acredita que sua cidade foi usada como cobaia.
Algumas teorias ainda foram além, sugerindo experimentos relacionados a controle populacional, manipulação climática ou até tecnologias ainda não reveladas. Embora sem comprovação, a falta de transparência deu combustível para que essas hipóteses fossem levadas a sério.
Hipóteses Naturais: Uma Busca por Explicações Racionais
Apesar do peso das suspeitas, alguns cientistas tentaram seguir por um caminho mais racional. Uma das primeiras ideias foi a do chamado “gelo azul” — resíduos de banheiros de aviões comerciais que, em altitudes elevadas, podem congelar e cair como blocos gelatinosos. Mas logo essa hipótese foi descartada: a substância não possuía odor, não tinha coloração típica, e os sistemas modernos de aeronaves não permitiriam esse tipo de vazamento.
Outra possibilidade levantada foi a de que o fenômeno teria origem marinha. A teoria sugeria que bancos de águas-vivas teriam sido fragmentados por explosões no mar — possivelmente durante exercícios militares — e partículas orgânicas teriam sido levadas pelo vento até Oakville. Mas nem essa ideia se sustentou: não havia sal, areia ou outros indicadores típicos de material oceânico nas amostras.
Alguns pesquisadores chegaram a considerar que poderia ser um fenômeno atmosférico raro e ainda não documentado, talvez ligado à combinação entre poluição, partículas em suspensão e condições climáticas específicas. Mas novamente, não houve dados suficientes que sustentassem a hipótese.
Oakville Ainda Espera por Respostas
Décadas se passaram, mas o caso de Oakville ainda ronda as memórias da cidade. Pequena, cercada por florestas e com o mesmo clima nublado que antecedeu a primeira chuva misteriosa, a cidade parece congelada no tempo. Para os moradores que viveram os eventos de 1994, a lembrança permanece viva — não apenas pela estranheza do fenômeno, mas pela sensação de abandono por parte das autoridades.
Dottie Hearn, uma das primeiras vítimas, faleceu anos depois sem nunca saber exatamente o que a deixou doente. Sua filha, Beverly Roberts, ainda fala sobre o caso com clareza e convicção quando é procurada por jornalistas ou pesquisadores. Já David Lacey, hoje aposentado, continua convencido de que houve algo de muito errado naquela substância — e de que a resposta jamais veio.
Placa de boas-vindas na entrada de Oakville, Washington — cidade onde o fenômeno das bolhas misteriosas foi registrado.
Fonte: Wikimedia Commons
As Bolhas Voltaram? O Retorno do Mistério em 2023
Quase três décadas após o estranho evento de 1994, o sudoeste do estado de Washington voltou às manchetes por um motivo surpreendente: as bolhas estão de volta. Em setembro de 2023, moradores da região rural de Onalaska, a cerca de 140 km de Oakville, relataram um fenômeno quase idêntico — uma substância gelatinosa caindo do céu, em uma área onde a previsão era apenas de chuva leve.
Segundo a reportagem da KUOW, quem vivenciou o episódio descreveu a substância como “pegajosa”, “clara” e “inexplicável”. A moradora Brenda Kahl contou que seu marido, ao sair de casa pela manhã, encontrou o material cobrindo o quintal, o carro e parte da varanda. O casal não sabia se deveria chamar o Corpo de Bombeiros ou o Departamento de Saúde. “Parecia alguma coisa saída de um filme de ficção científica”, disse Brenda.
Diferente de 1994, dessa vez as autoridades locais responderam mais rapidamente. Amostras foram recolhidas e enviadas ao Departamento de Ecologia do Estado de Washington, que afirmou estar investigando o caso.
Minha Opinião e Conclusão
Para mim, o que torna o caso de Oakville tão intrigante é justamente o equilíbrio entre o absurdo e o real. Os fatos estão todos documentados: amostras foram colhidas, exames foram feitos, pessoas adoeceram. Não posso afirmar com certeza que foi um experimento militar, mas também não consigo aceitar que tenha sido apenas uma coincidência natural. O silêncio das instituições, o desaparecimento das amostras e a repetição do fenômeno em 2023 sugerem que há mais nessa história do que jamais foi revelado.
Você já conhecia o caso das bolhas de Oakville? Acredita em acidente atmosférico, teste militar ou algo ainda mais estranho? Deixe seu comentário aqui embaixo — quero muito saber o que você pensa. E claro, compartilhe este post com seus amigos que também curtem mistérios reais e pouco explicados. Aqui no Multiverso Curioso, sempre tem algo inesperado esperando por você.
Referencias
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The Palm Beach Post (1994). Oakville Blobs: Rain of Jelly-like Substance Puzzles Residents. Disponível em: https://www.newspapers.com/article/the-palm-beach-post-oakville-blobs/31115847
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Science Focus. What Were the Oakville Blobs? Acessado em 2025. Disponível em: https://www.sciencefocus.com/science/what-were-the-oakville-blobs
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Discovery UK. What Were the Oakville Blobs – and What Caused Them? Acessado em 2025. Disponível em: https://www.discoveryuk.com/mysteries/what-were-the-oakville-blobs-and-what-caused-them
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KUOW (2023). Return of the Blobs? SW Washington Revisited by Decades-Old Gooey Mystery. Disponível em: https://www.kuow.org/stories/return-of-the-blobs-sw-washington-revisited-by-decades-old-gooey-mystery
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Mysteries Unsolved. Oakville Blobs Rain – The 1994 Mysterious Jelly Illness. Imagem e relato. Acessado em 2025. Disponível em: https://mru.ink/oakville-blobs-rain-1994-illness
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Reddit (2024). Oakville’s Mysterious Jelly Rain – r/mystery. Discussão pública e imagem. Disponível em: https://www.reddit.com/r/mystery/comments/1knf8kn/oakvilles_mysterious_jelly_rain_toxic_blobs
- Wikimedia Commons. Entrada da cidade de Oakville, Washington. Acessado em 2025. Disponível em: https://en.wikipedia.org/wiki/Oakville,_Washington#/media/File:Oakville_-_Approaching_from_the_West.jpg